Loteamentos Perdoenses
Pensando aqui com meus botões, zíperes, fechaduras, trancas e tudo o mais, me vem uma dúvida que a muito me atormenta.
Com o fato do capitalismo e dos capitalistas visarem única e exclusivamente o lucro, não se importando de maneira nenhuma as conseqüências funestas que estes lucros podem ocasionar, e vendo a proliferação de loteamentos sendo abertos em nossa pequena cidade, tentei entender como é feito tais obras.
Achava eu que primeiramente, para evitar tragédias que vemos todos os dias de chuva acontecer em grandes cidades, que como disse um pensador, as monstrópolis,deveria ter um estudo científico de porte para adequar corretamente os meios de vazão das águas pluviais, que irão aumentar e muito na estação chuvosa. Ledo engano, pois vejo que aqui também estão seguindo o mesmo caminho. Desde que se leve um projeto assinado, registrado, bonitinho, limpinho, tendo pago as devidas taxas, o projeto é aprovado. Até aí tudo bem. A partir daí é que começam os problemas.
Tenho reparado que aqui em nossa cidade, todos os loteamentos estão sendo construídos a montante das nossas calhas de escoamento de água pluviais e fluviais, o que como as construções depois de prontas irão impermeabilizar todo o local do loteamento, diminuindo drasticamente a percolação da água no solo após as chuvas que conseqüentemente irão cair, e como esta água tende a infiltrar no solo ou a seguir para a jusante, ela logicamente vai para as calhas dos ribeiros e córregos da cidade. Este é o início do problema.
Analisando todas as obras de loteamento existentes aqui, dá para se ver que nenhum dos capitalistas proprietários destes se preocupou com a questão dos que residem a jusante das calhas. Temos famílias que construíram sobre estas calhas, como acontece no centro da cidade, onde canalizaram estas calhas com tubos que mal comportam corrente em época de chuva atualmente, e que já postei várias fotos de enchentes destes locais, e infelizmente, o poder público autorizou as construções das residências e prédios comerciais. E que a partir da concretização das obras dos loteamentos e a construção de residências, as águas da chuva como não poderia deixar de ser, vão aumentar drasticamente, talvez em mais de cem por cento. E o que vai acontecer com estes proprietários, com estas famílias. Simplesmente vão ter que se virar, pois o Dr. Fulano autorizou a obra e ela está dentro da lei.
Será que depois de acontecer a tragédia o responsável pela obra vai indenizar os que sofrerem danos? Será que irão dar assistência durante o tempo necessário para estas pessoas recuperarem a dignidade e a vida digna que viviam ou simplesmente vão lavar as mãos e deixar ficar como está, e nem vão querer ver como é que vai ficar. Só para exemplificar, vejamos o caso do Ribeirão do Ioca, paralelo a Rua João Bastos e cortando a Travessa de mesmo nome: esta calha foi totalmente coberta e vários prédios foram construídos sobre ela, até depois da Praça da Estação. A vazão desta calha ficou limitada ao que na época se achava ideal, mas que na atualidade está muito aquém do necessário para a segurança dos moradores, bem como de toda a população da cidade.
Como meu amigo Bruno Cardoso comentou, parece que estudo é algo asqueroso para os políticos perdoenses e não se preocupam em viabilizarem meios para que análises e estudo sejam feitos sempre que se aventar uma modificação estrutural na cidade, pois ao meu ver, toda e qualquer modificação que um dia irá afetar o povo deveria antes de mais nada ser analisada, estudada, e a partir daí procurar soluções estratégicas para que tragédias não aconteçam, prejuízos deixem de existir.
Na minha modesta opinião, todos os loteamentos deveriam ser construídos na jusante das calhas, visando o melhor escoamento das águas e a maior facilidade de alargamento destas, evitando acontecimentos trágicos. Se houver algum empresário que queira construir na montante, que providencie obras complementares competentes como o alargamento das calhas para que o escoamento seja eficiente e não mais afetar as famílias ribeirinhas, pontes, túneis, prédios comerciais e residenciais. Que seja dado mais valor ao nosso patrimônio e que aqueles que autorizam sejam mais conscienciosos ao liberaram tais projetos.
Há, tem mais uma coisa, que tal de parar de pensar em política e pensar mais no bem estar da população, de deixar de fazer política do imediatismo e partir para a política do médio e longo prazo, de melhorar as condições de vida do perdoense, esquecendo as festinhas eventuais, o carnaval, a exposição, festas religiosas e ser mais transparente, mais um Pepe Mujica e menos uma Dilma Roussef ou FHC.
Mas é só um modo de pensar. Acho que Perdões também não deve se tornar futuramente mais uma monstrópolis.
Por : José Ricardo Pereira
E tambêm . . . . . .
O que acontecerá com este pequeno bairro com estas casas abandonadas por causa do proplema das enchentes?