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quinta-feira, 30 de maio de 2019

Perdões 1° de Junho /2019 - 107 anos







Perdões Minas Gerais - MG Histórico Romão Fagundes do Amaral, segundo se sabe, foi um dos desbravadores das terras que atualmente constituem o município de Perdões. Em fins do século XVIII, instalou-se nas margens do rio Grande e fundou um garimpo, núcleo inicial da cidade de Perdões, atual sede do município. Sabe-se ainda que Rubens Airão foi outro desbravador que paralelamente às atividades de Romão Fagundes desenvolveu a agricultura e a pecuária. O povoado desencolveu-se assim sob a influência dêsses dois grandes proprietários, senhores de inúmeros escravos e posseiros de grandes áreas de terras. Diz-se que Romão Fagundes do Amaral, que era um fugitivo da justiça, para obter perdão de D.Maria I, ofereceu-lhe um cacho de bananas, todo em ouro maciço, vindo desse fato o tradicional nome de perdões que até hoje o município conserva. O distrito foi criado em 1855, pela Lei provincial nº 714, confirmada pela Lei estadual nº 2, de 1891. Posteriormente, em 1912, Perdões foi elevada à categoria de vila, sendo que pela Lei estadual nº 843, tomou foros de cidade. O município é termo judiciário da comarca de Lavras. Gentílico: perdoense Formação Administrativa Distrito criado com a denominação de Perdões, pela lei provincial nº 714, de 18-05-1855, e lei estadual nº 2, de 14-09-1891, subordinado ao município de Lavras. Elevado à categoria de vila com a denominação de Perdões, pela lei estadual nº 556, de 30-08- 1911, desmembrado de Lavras. Sede na antiga povoação de Perdões. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-06-1912. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, a vila é constituída do distrito sede. Assim permanecendo nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920. Pela lei estadual nº 843, de 07-09-1923, a vila de Perdões adquiriu do município de Campo Belo o distrito de Cana Verde (ex-Senhor Bom Jesus da Cana Verde). Elevado á condição de cidade com a denominação Perdões, pela lei estadual nº 893, de 10-09- 1925. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 2 distritos: Perdões e Cana Verde. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960. Pela lei estadual nº 2764, de 30-12-1962, desmembra do município de Perdões o distrito de Cana Verde. Elevado á categoria de município Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito sede Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007. Fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXVI ano 1959.




Quem és tu Perdões ?
Não da vontade de saber e nem te perdoar
Um amor malfeito e com concequência de ir embora
Para sua segurança, inventar histórias maravilhosas . . .
O fácil acesso  nunca nos levou !  nunca  ao progresso.
Mas sua bondade sempre perdoa  os processos
O verdadeiro perdoense sabe perdoar e pedir perdão ?
Não somos uma só imagem de uma praça e uma igreja igual os outros municípios
Mas honramos  nossas  raízes religiosas do brasil
Aqui tudo mudou, cresceu diante dos olhos de quem estava dormindo . . .
Alguns continuam dormindo . . .
Cresça para que  eu desapareça não
Cresça para melhor Perdões
Cidade dos Músicos
Cidade Cultural
Cidade da Amizade
Feliz Seja seu Aniversário  Perdões
Nós te amamos e o problema somos nós
107 anos

Texto : Autor Conhecido rsrs




  A história
O povoado de Minas Gerais tem seu início com os colonizadores portugueses que, levando armas, ferramentas, utensílios e bem providos de mantimentos, penetravam por matas fechadas, abrindo caminhos orientados pelas serras e rios que serviam-lhes de roteiros. À medida que os portugueses foram tomando conhecimento das riquezas existentes no território da atual Minas Gerais, numerosos aventureiros começaram a chegar à procura do ouro, promovendo o desbravamento da região, ocupando lugares distantes da costa brasileira, surgindo, assim, as primeiras povoações.  Em nossa localidade não se pode determinar exatamente o início da povoação. O primeiro documento histórico do município de Perdões, de que se tem conhecimento, data de 1770 e registra a existência do português Romão Fagundes do Amaral, como fato determinado. Uma carta de Sesmaria, concedida a ele, encontra-se no Arquivo Público Mineiro, livro cento e setenta e dois, página sessenta e nove e data de vinte e seis de novembro do ano de 1770. Nesse documento, pode-se constatar que Romão Fagundes era morador da Serra de Ibituruna, Termo da Villa de São José, Comarca do Rio das Mortes e através dele requeria que lhe concedessem terras na serra chamada de Senhor Bom Jesus, onde teve início o povoado de Perdões, justificando ter escravos e não ter em que ocupá-los. A ocupação, a que se referia Romão Fagundes, era a procura constante do ouro. A aprovação do pedido de concessão das terras foi firmada por Dom José Luiz de Menezes Abranches Castelo Branco e Noronha, Conde de Valladares, então Governador e Capitão General da Capitania de Minas Gerais. O processo de demarcação de sesmaria, requerido em 1772, encontra-se no Arquivo Regional de São João Del Rei Pró-Memória.   O povoado denominado Retiro dos Pimenta tem sua história diretamente ligada ao arraial do Senhor Bom Jesus dos Perdões, constando, em relatos, a presença de Romão Fagundes nessa localidade, trabalhando a extração do ouro. A tradição local refere-se ao cacho de bananas de ouro, confeccionado por Romão Fagundes e enviado à Corte Portuguesa que se achava, então, no Rio de Janeiro, como oferenda a El Rei D. João VI. Há relatos de que o cacho de bananas fora enviado a D. Maria I e que, talvez, por sonegação de impostos, ele tenha usado desse artifício para pedir clemência, tendo sido perdoado, dando origem ao nome Perdões. 
















quinta-feira, 23 de maio de 2019

O Quarto Rei Mago - História


O Quarto Rei Mago

Uma história de Henry Van Dyke
Vocês sabem a história dos três reis magos que viajaram do Oriente para Belém para adorar a Jesus e lhe ofertar as dádivas de ouro, incenso e mirra.
Vou-lhes contar a história do quarto rei mago que também viu a estrela e resolveu segui-la e do seu grande desejo de adorar o Rei Menino e lhe oferecer as suas prendas.
Ele morava nas montanhas da Pérsia e o seu nome era Artaban. Era um médico, alto, moreno, de olhos bem escuros: a fisionomia de um sonhador, a mente de um sábio. Um homem de coração manso e espírito indominável.
Era um homem de posses. A sua moradia era rodeada de jardins bem tratados com árvores de frutas e flores exóticas. Suas vestes eram de seda fina e o seu manto da mais pura lã. Era seguidor de Zoroastro e numa noite se reuniu em conselho com nove membros da mesma seita. Eram todos sábios!
Artaban lhes falou sobre a nova estrela que vira e o seu desejo de segui-la. Disse-lhes:
“- Como seguidores de Zoroastro aprendemos que os homens vão ver nos céus, em tempo apontado pelo Eterno, a luz de uma nova estrela e nesse dia, nascerá um grande profeta e Ele dará aos homens a vida eterna, incorruptível e imortal, e os mortos viverão outra vez! Ele será o Messias, o Rei de Israel.
E continuou:
“- Os meus três amigos Gaspar, Melchior, Baltazar e eu, vimos a grande luz brilhante de uma nova estrela á vários dias e vamos sair juntos para Jerusalém para ver e adorar o Prometido, o Rei de Israel. Vendi a minha casa e tudo o que possuo e comprei estas jóias: uma safira, um rubi e uma pérola para oferecer como tributo ao Rei. Convido-os para virem comigo nesta peregrinação para juntos adorarmos o rei!”
Mas um véu de dúvida cobriu as faces de seus amigos:
“- Artaban! Isso é um sonho em vão. Nenhum rei vai nascer de Israel! Quem acredita nisso é um sonhador!”
E um a um, todos o deixaram.
“- Adeus amigo!”
Artaban pesquisando os céus viu de novo a estrela.
“- É o sinal!” Disse ele. “- O Rei vai chegar e eu vou encontrá-lo.”
Artaban preparou o seu melhor cavalo, chamado Vasda, e de madrugada saiu ás pressas, pois, para encontrar no dia marcado com Gaspar, Melchior e Baltazar, que já estavam a caminho, ele precisava cavalgar noite e dia. Já estava escurecendo e ainda faltavam mais ou menos três horas de viagem para chegar ao sítio de encontro e ele precisava estar lá antes de meia noite ou os três magos não poderiam demorar mais à sua espera!
“- Mas, o que é isto?”
Na estrada, perto de umas palmeiras, o seu cavalo Vasda, pressentindo alguma coisa desconhecida, parou resfolegando, junto a um objeto escuro perto da última palmeira.
Artaban desmontou. A luz das estrelas revelou a forma de um homem caído na estrada. Um pobre hebreu entre os muitos que moravam por perto. A sua pele estava seca e amarela e o frio da morte já o envolvia. Artaban depois de examiná-lo, deu-o por morto e voltou-se com um coração triste pois nada podia fazer pelo pobre homem.
“- Mas o que foi isto?”
“- Que devo fazer? Se me demorar, os meus amigos procederão sem mim. Preciso seguir a estrela! Não posso perder a oportunidade de ver o Príncipe da Paz só para parar e dar um pouco de água a um pobre hebreu nas garras da morte!”
“- Deus da Verdade e da Pureza, dirige-me no teu caminho santo, o caminho da sabedoria que só tu conheces!”
E Artaban carregou o hebreu para a sombra de uma palmeira e tratou-o por muitos dias até que êle se recuperou.
“- Quem és tu?” perguntou ele ao mago.
“- Sou Artaban e vou a Jerusalém à procura daquele que vai nascer: O Príncipe da Paz e Salvador de todos os homens. Não posso me demorar mais, mas aqui está o restante do que tenho: pão, vinho, e ervas curativas.”
O hebreu erguendo as mãos aos céus lhe disse:
“- Que o Deus de Abraão, Isaac e Jacó o abençoe; nada tenho para lhe pagar, mas ouça-me: Os nossos profetas dizem que o Messias deve nascer, não em Jerusalém mas em Belém de Judá.”
Assim, já era muito mais de meia noite e vários dias mais tarde quando Artaban montou de novo o seu cavalo Vasda e num galope rápido prosseguiu ao encontro de seus amigos.
Aos primeiros raios do sol, checou ao lugar do encontro. Mas… onde estavam os três magos? Artaban desmontou e ansioso, estudou todo o horizonte. Nem sinal da caravana de camelos dos seus amigos! Então entre uma pilha de pedras achou um pergaminho e a mensagem:
“- Não pudemos esperar mais, vamos ao encontro do Rei de Israel. Siga-nos através do deserto.”
Artaban sentou-se e cobriu a cabeça em desespero!
“- Como posso atravessar o deserto sem ter o que comer e com um cavalo cansado? Tenho mesmo que regressar à Babilónia, vender a minha safira e comprar camelos e provisões para a viagem. Só Deus, o misericordioso, sabe se vou encontrar o Rei de Israel ou não, porque me demorei tanto ao mostrar caridade,”
Artaban continuou a via pelo deserto e finalmente chegou em Belém, levando o seu rubi e a sua pérola para oferecer ao Rei. Mas as ruas da pequena vila. pareciam desertas. Pela porta aberta de uma casinha pobre, Artaban ouviu a voz de uma mulher cantando suavemente. Entrou e encontrou uma jovem mãe acalentando o seu bebé.
Três dias passados Ela lhe falou sobre os três magos que estiveram na vila a que disseram terem sido guiados por uma estrela ao lugar onde José de Nazaré, sua esposa Maria, e o seu bebé Jesus estavam hospedados. Eles trouxeram prendas de ouro, incenso e mirra para o menino. Depois, desapareceram tão rapidamente quanto apareceram. E a família de Nazaré também saiu à noite, em segredo, talvez para o Egito.
O bebê nos seus braços olhou para o rosto de Artaban e sorriu estendendo os braçinhos para ele.
“Não poderia essa criança, ser o Príncipe Prometido? Mas não! Aquele que procuro já não está aqui e eu preciso encontrá-lo no Egito!”
A Jovem mãe colocou o bebê no leito e preparou um almoço para o estranho hospede que veio à sua casa. Subitamente, ouviu-se uma grande comoção nas ruas: gritos de dor, o chorar de mulheres, tocar de trombetas e o clamor:
“- Soldados! os soldados de Herodes estão matando as nossas crianças!”
A jovem mãe, branca de terror escondeu-se no canto mais escuro da casa, cobrindo o filho com o seu manto para que ele não acordasse e chorasse.
Mas Artaban colocou-se em frente à porta da casa impedindo a entrada dos soldados. Um capitão aproximou-se para afastá-lo. A face de Artaban estava calma como se estivesse observando as estrelas. Fitou o soldado um instante e lhe disse:
“- Estou sozinho aqui, esperando para dar esta jóia ao prudente capitão que vai me deixar em paz.”
E mostrou o rubi brilhando na palma da sua mão como uma grande gota de sangue.
Os olhos do capitão brilharam com o desejo de possuir tal jóia!
“- Marchem, Avante!” Gritou aos seus soldados. “- Não há criança aqui!”
E Artaban olhando os céus orou:
“- Deus da Verdade, perdoa o meu pecado! Eu disse uma coisa que não era, para salvar uma criança. E duas das minhas dádivas já se foram. Dei aos homens o que havia reservado para Deus. Poderei ainda ser digno de ver a face do Rei?”
E Artaban prosseguiu na sua procura entre as pirâmides do Egito, em Heliopólis, na nova Babilónia às margens do Nilo… Numa humilde casa em Alexandria, Artaban procurou o conselho de um velho rabi que lhe falou das profecias e do sofrimento do Messias prometido e receitado pelos homens.
“- E lembre-se, meu filho: o Rei que procuras não o vais encontrar num palácio ou entre os ricos e poderosos. Isto eu sei: os que O procuram devem fazê-lo entre os pobres e os humildes, os que sofrem e são oprimidos.”
E Artaban passou por lugares onde a fome era grande. Fez a sua morada em cidades onde os doentes morriam na miséria. Visitou os oprimidos nas prisões subterrâneas, os escravos nos mercados de escravos…
Em toda a população de um mundo cheio de angústia ele não achou ninguém para adorar, mas muitos para ajudar! Ele alimentou os que tinham fome, cuidou dos doentes, e confortou os prisioneiros… E os anos passaram… 33 anos.
E os cabelos de Artaban já não eram pretos, eram brancos como a neve nas montanhas. Velho, cansado e pronto para morrer era ainda um peregrino à procura do Rei de Israel e agora em Jerusalém onde havia estado muitas vezes na esperança de achar a família de Belém.
Os filhos de Israel estavam agora na cidade santa para a festa da Páscoa do Senhor e havia uma agitação e excitamento singular. Vendo um grupo de pessoas da sua terra, Artaban lhes perguntou o que se passava e para onde o povo se dirigia.
“- Para o Gólgota!” lhe responderam, “- …pois não ouviste? Dois ladrões vão ser crucificados e com eles, um homem chamado Jesus de Nazaré, que dizem, fez coisas maravilhosas entre o povo. Mas os sacerdotes exigiram a Sua morte, porque disse ser o Filho de Deus. Pilatos O condenou a ser crucificado porque disseram ser Ele o Rei dos Judeus.”
“Os caminhos de Deus são mais estranhos do que o pensamento dos homens,” pensou Artaban. “Agora é o tempo de oferecer a minha pérola para livrar da morte o meu Rei!”
Ao seguir a multidão em direção ao portal de Damasco, um grupo de soldados apareceu arrastando uma jovem rapariga com vestes rasgadas e o rosto cheio de terror.
Ao ver o mago, a jovem reconheceu-o como da sua própria terra e libertando se dos guardas atirou-se aos pés de Artaban:
“- Tenha piedade!…”, ela implorou,…”e pelo Deus da pureza, salva-me! Meu pai era mercador na Pérsia mas faleceu e agora vão me vender como escrava para pagar seus débitos! Salva-me!”
Artaban tremeu. Era o velho conflito da sua alma entre a fé, a esperança e o impulso do amor. Duas vezes as dádivas consagradas foram dadas para a humanidade. E agora? Uma coisa ele sabia:
“- Salvar essa jovem indefesa era um gesto de amor. E não é o amor a luz da alma?”
Ele tirou a pérola de junto ao seu coração. Nunca ela pareceu tão luminosa! Colocou-a na mão da moça:
“- Este é o teu pagamento, o último dos tesouros que guardei para o Rei!”
Enquanto ele falava uma escuridão profunda envolveu a terra que tremeu consultivamente! Casas caíram, os soldados fugiram mas Artaban e a moça protegeram-se de baixo do telhado sobre as muralhas do Pretório.
“- O que tenho a temer,” pensou ele,” …e para quê viver? Não há mais esperança de encontrar o Rei, a procura terminou, eu falhei.”
Mas mesmo esse pensamento lhe trouxe paz pois sabia que viveu de dia a dia da melhor maneira que soube. Se tivesse que viver de novo a sua vida não poderia ser de outra maneira.
Mais um tremor de terra e uma telha desprendeu-se do telhado e feriu o velho mago na cabeça. Repousou no chão e deitou a cabeça nos ombros da jovem com o sangue a escorrer do ferimento.
Ao debruçar-se sobre ele, ela ouviu uma voz suave, como música vindo da distancia. Os lábios de Artaban moveram-se como em resposta e ela escutou o que o velho mago disse na sua própria língua:
“- Não meu Senhor! Quando te vi com fome e te dei de comer? ou com sede e te dei de beber? ou quando te vi enfermo ou na prisão e fui te ver?
Por 33 anos eu te procurei, mas nunca vi a tua face, nem te servi, meu Rei!”
E uma voz suave veio, mas desta vez dos céus. A jovem também compreendeu as palavras.
“- Em verdade, em verdade vos digo que quando o fizeste a um destes meus irmãos a mim o fizeste!”
Uma alegria radiante iluminou a face calma de Artaban.
Um suspiro longo e aliviado saiu de seus lábios.
A viagem para ele havia terminado.
O quarto mago, Artaban, compreendeu que havia encontrado o seu Rei durante toda a sua vida!
Colab: Ir.’. Weber Varrasquim, 33º
Dezembro / 2.003